domingo, 7 de novembro de 2010

ATENDIMENTO ANIMAL

 Como animais que se encontram em estabelecimentos comerciais mudam o cotidiano dos funcionários e dos clientes, quebrando a rotina e diferenciando no atendimento.

Quem conhece a avenida Pedro II na cidade de Belo Horizonte, sabe que os tipos de estabelecimentos instalados no local, em sua maioria, se tratam de lojas de venda de peças automotivas, peças de manutenção industrial ou manutenção de veículos. Há também vários ferros velhos instalados na avenida e que devido a idade das galerias que se encontram no local atrai alguns animais nocivos a nossa saúde, como ratos, baratas, escorpiões, etc. Mas não são somente estes animais que chamam a atenção das pessoas que passam por lá. Existem animais que também agradam e chamam a atenção até mesmo das pessoas menos atentas a detalhes.

Andando pela avenida Pedro II, mais precisamente no número 254, próximo ao centro, existe uma loja especializada em venda de rolamentos. A Império dos Rolamentos existe há mais de 20 anos e é comandada pelo comerciante e proprietário Vicente Scarpelli. Mas ao que tudo indica, quem manda lá de verdade são duas lindas gatinhas: Branca e Preta. Branca e Preta são duas gatas vira-latas de três anos de idade. São da mesma ninhada e tudo começou com a mãe delas, a gata Ximbica.

Ximbica foi encontrada pelo Vicente há quatro anos e com piedade daquele animal abandonado, ele à adotou e fez dela o seu mascote. Um ano se passou e Ximbica ficou prenha. Da ninhada, nasceu duas gatinhas. Mesmo com o pouco espaço, Sr. Vicente não doou as gatas e permaneceu com as três na loja. Mas, um certo dia, Ximbica se distraiu e foi atropelada por um carro na avenida. O seu dono ficou muito triste, mas o amor pelas filhotes aumentou ainda mais. De acordo com Vicente, são Branca e Preta que mandam no lugar. “Fico o dia todo por conta delas, por isso contratei um funcionário para me ajudar, é ele quem passa o maior tempo no balcão da loja e assim posso passar mais tempo com as minhas gatinhas.” Quem passa pela porta da loja, sempre encontra Branca e Preta no balcão. Quando não estão dormindo, estão afiando as unhas na borracha instalada no local pelo proprietário. “Faço de tudo para agradá-las, são elas que alegram o meu dia e faz com que o trabalho não seja tão estressante.”

Só existe um problema na convivência com as gatas. Apesar de todo conforto existente no fundo da loja, como caixas de rolamentos com panos e caixa de areia para as necessidades básicas, é o colo do Sr. Vicente o local mais cobiçado pelas bichanas. Basta apenas uma distração para que uma roube o lugar da outra. Diferentes dos cachorros, os gatos são obsessivos e gostam de paparico, conforme ele.

Sr. Vicente afirma que os clientes gostam muito delas e que na maioria das vezes, quando eles chegam à loja e não vêem elas próximas, sempre perguntam por elas para saberem se está tudo bem. Existem alguns clientes que não gostam por causa do pêlo, mas nunca fizeram nenhuma maldade ou destrataram os animais.

Outra vantagem de acordo com o proprietário é o sumiço dos ratos e insetos do local. “As gatas espantam qualquer bicho que apareça por aqui. Como eu disse, são elas que mandam, elas são as rainhas do pedaço”, comenta ele.

Morador do bairro Lagoinha, Sr. Vicente não leva as gatas com ele no final de semana. Como ele mesmo diz, os gatos gostam mais do local do que do seus donos, por isso fica com dó de levá-las, mas que de vez em quando o faz para uma visita ao veterinário. No final de semana, ele deixa a caixa com mais areia e uma quantidade maior de ração para que elas possam se alimentar em sua ausência. “A rotina aqui na loja mudou completamente com a chegada das gatas. Elas quebram o gelo e ainda por cima atrai outras pessoas que querem conhecê-las”, comenta o Sr. Vicente.


Fotos e vídeo: Carla Chamone

No mesmo quarteirão, existe uma loja de venda de rodas, a Esporte Rodas que é especialista em calotas e rodas de carros esportivos. Mas o que chama mais atenção não são as rodas brilhantes penduradas no local, mas uma figurinha bastante carimbada na região. Seu nome é Ice Blue. Ice Blue, é um cão vira-lata de quatro anos e que foi encontrado no lixo.

O proprietário da loja, o Sr. João Alves foi quem encontrou o cão que recebeu este nome por causa dos olhos. Ice Blue possui olhos extremamente azuis, e foi esses mesmos olhos que encantaram o Sr. João. Impressionado pela beleza daquele pequeno filhote, ele não pensou duas vezes. Adotou o animal e fez dele sua principal companhia, pois o Sr. João mora no estabelecimento e nos finais de semana ele se dirige para sua chácara em Esmeraldas. Além de Ice Blue, existem ainda na loja mais cinco cachorros. Celinha de três anos e Joca de dois anos. Os outros três chegaram no mês passado do cruzamento entre Celinha e Ice Blue. Todos são vira-latas.

Sr. João passa a maior parte do tempo em uma rede instalada no galpão da loja e durante este tempo, ele é acompanhado pelos animais. “Não me imagino sem esses cães, eles são ótimos companheiros e amigos. Não possuo sistema de segurança aqui, quem faz a segurança da loja e da minha são eles.” Comenta ele.

Ice Blue é muito conhecido pelos moradores e comerciantes da região. Todo dia pela manhã, Ice da uma volta pelo quarteirão acompanhado de seu amigo Joca. Eles gostam de dar a volta no quarteirão e quando voltam dormem o resto da manhã. Mas eles não são preguiçosos, de acordo com Sr. João. Durante a noite, são eles que fazem a sentinela no local.

A única preocupação do Sr. João é o destino de sua loja, pois devido às obras na avenida para a Copa de 2014, vários estabelecimentos serão desapropriados. “Tenho me medo de não encontrar outro ponto como este, não só pela ótima localização, mas sim pelo medo dos cães não se adaptarem em um local desconhecido.” E ele ainda afirma, que mesmo não encontrando, não abrirá mão daqueles animais. “Nunca desistirei deles, para onde eu for eles irão comigo”, esclarece.


  


Fotos: Carla Chamone


domingo, 24 de outubro de 2010

“TODA MULHER TEM UM POUCO DE LEILA DINIZ” (Rita Lee)

Magra, cabelos brancos, pele envelhecida pelo tempo, cercada dos seus 12 filhos e 16 netos. Quem ouve a descrição dessa cena imagina que se trata da história de dezenas de avós que formaram uma extensa e tradicional família mineira. Não deixa de ser, mas não é apenas isso. Sem dúvida a vida de Neusa Mourão, 73 anos, daria um filme.
 
Mineira natural de Belo Horizonte, Neusa é a terceira filha de uma família de oito irmãos. Brincalhona e cheia de imaginação como a maioria das crianças, seu passatempo favorito era olhar as estrelas com seu avô Abel. Talvez nesse tempo, já sabia que não queria ser como todo mundo, ou melhor, como as mulheres da década de 40.

ERRO MÉDICO
Aos sete anos, Neusa quebrou o braço direito brincando na piscina. A negligência de uma enfermeira, que o deixou mais tempo do que o necessário no banho de luz, fez com que a menina perdesse os movimentos do braço, que ficou deformado. A partir daí, começou a ser tratada como uma “pobre aleijadinha”, relembra. Na cabeça de sua mãe, Maria, Neusa estava condenada ao maior mal de sua época: não conseguir se casar, ou não com um bom partido. Essa preocupação se estendeu a toda família, menos à própria Neusa, que se preocupava mais em não ser descoberta matando aula para ir ao cinema, sua grande paixão. A Malvada, com Elizabeth Davis, A Marca da Maldade de Orson Welles, dentre outros tantos filmes, alimentaram ainda mais a imaginação de Neusa. Mas, quem conquistava seu coração era Frank Sinatra.

Quando a juventude chegou para as irmãs Mourão, desabrochou uma beleza que chamava a atenção de quem as via, em especial quando a caçula Lourdes, ou Lourdinha, como era conhecida, passava. Neusa, sempre de vestidos de mangas compridas para esconder seu braço, tinha a tarefa de vigiar Lourdes quando ambas saíam para ver os rapazes. “Coitada da minha mãe, mal sabia ela que o perigo era eu”, comenta rindo.

Perigo esse que se transformou em motivo de euforia para dona Maria, que considerou um milagre o noivado de Neusa com um ‘bom partido’, atleta, bonito e rico. A alegria durou pouco. Nas vésperas do casório, Neusa rompeu com o atleta e anunciou que se casaria com Geraldo Magela Fonseca, na época um simples funcionário dos Correios, feio, desajeitado, e extremamente magro. Quando se casaram, ele pesava 47 kg.

MINI SAIA
Maria se recusou a ir à igreja no dia do casamento de sua filha. Neusa se casou de branco como manda a tradição, porém, já que todo mundo se casava de branco, ela optou por não entrar na também tradição do longo, se casando com um vestido na altura dos joelhos. “Já que eu já era um escândalo mesmo, resolvi escandalizar ainda mais. Me casei em uma segunda-feira de manhã”. Com Geraldo, Neusa teve dez filhos, sendo oito mulheres.

Neusa, Geraldo e Cia foram viver no interior de Minas Gerais, na cidade de Campanha. Neusa fazia tudo sozinha, enquanto Geraldo trabalhava tanto que chegava em casa carregado por seus colegas dos Correios, como lembra uma de suas filhas Carla Mourão, 46 anos. Na época de Natal, Geraldo embrulhava os presentes que os Correios davam aos filhos dos funcionários e colocava embaixo da árvore, como se fosse ele quem tivesse comprado. “O dia que eu ganhei um boneco Feijãozinho, da Estrela, pensei que meu pai tinha ficado rico. Quando a gente podia levar biscoitos Mirabel para escola, também era uma sensação.”, conta Neusa Mourão, 40 anos, homônima de sua mãe. Jaqueline, de 45 anos brinca, “se eu não tivesse todas essas irmãs aí, eu poderia ter tido todas as calças jeans que eu quisesse”, comenta às gargalhadas.

TRAGÉDIAS
Apesar da força, alguns fatos na vida de Neusa conseguiram deixá-la apática. As mortes trágicas de quatro irmãos. Arcanjinho morreu ainda jovem, assassinado com um tiro a queima roupa, por estar perto do homem que era realmente o alvo dos assassinos. Orlando, engenheiro, morreu a dois anos, em um acidente, enquanto trabalhava medindo uma estrada, um caminhão o atingiu. Naná morreu nos braços de seu namorado, após uma crise de pressão alta e Toninho morreu de cirrose.

Enfrentando todas as dificuldades, Neusa e Geraldo conseguiram ver todos os filhos formados, sendo que a maioria foi viver na capital mineira. Quando apenas o caçula Geraldinho ainda vivia com o casal, André, o mais velho, foi diagnosticado com câncer de próstata. Neusa fez uma promessa de que se seu filho se curasse, ela ajudaria as primeiras crianças que encontrasse e estivessem necessitando da proteção de uma mãe. Dito e feito. André não só se curou da doença, como depois teve duas filhas, Sara, de 22 anos e Carolina, de 19.

PROMESSA 
O padre que assegurou perante Deus que a promessa de Neusa seria comprida, conversou com o Todo Poderoso e decidiu livrá-la do combinado divino, pois ela era velha demais para ter mais filhos. Mesmo assim, aos 53 anos, Neusa adotou gêmeos que foram abandonados com semanas de vida. Wellington e Wildren, de 20 anos, conhecidos como Tom e Dedé hoje são tios de 16 sobrinhos, alguns mais velhos que eles próprios.

Um dia, Andréia, a filha mais velha, deu de presente para os pais passagens para Arraial D´Ajuda, no Sul da Bahia. Neusa se apaixonou pelo lugar, voltou para Campanha, vendeu o sítio onde viviam e se mudou com os gêmeos para Arraial. “Só me arrependo de não ter ido antes para Arraial, eu moça ia aproveitar muito mais isso aqui”, comenta.

Hoje Neusa vive apenas com seu marido na casa que construíram na praia do Mucugê. Com o espírito ainda daquela menina que amava admirar o céu estrelado ao som da voz do avô declamando poesias, Neusa ainda prega algumas peças em sua família. A última foi escalar a ponte Story Bridge, de 80 metros, na cidade Brisbane, na Austrália, onde André vive hoje com sua família. No cotidiano, a vida segue tranquila, Neusa continua cortando as saias das netas bem curtas, dando conselhos que mães geralmente não dão, fazendo artesanatos e sempre olhando o céu estrelado. “O melhor de ser velha é poder fazer o que você quiser, no máximo vão pensar que você é louca, esqueceu de tomar os remédios, e no mínimo dirão, “deixa, ela já ta velhinha”, conclui.

A sempre sorridente Neusa

O polêmico vestido de casamento

A família Mourão

Sr. Geraldo e os filhos

Dona Neusa e os filhos

A kombi utilizada pela família

Sr. Geraldo e Dona Neusa

                                                                                                     (Fotos: Acervo da família)

domingo, 26 de setembro de 2010

Opção de diversão na madrugada de BH

Realizado de sábado para domingo, entre 2h e 6h da manhã, há dois anos surgiu em Belo Horizonte o "samba da madrugada", projeto com o objetivo de reunir os músicos da noite, que  tinham dificuldade para encontrar opção de música ao vivo para curtir depois de suas atividades profissionais.  
Reunidos em um restaurante no Bairro Santa Tereza, Zona Leste de Belo Horizonte, depois de uma noite de trabalho, Miguel dos Anjos, Dudu Nicácio, Mário Moura e Jonas Henrique de Jesus Moreira, o Mestre Jonas resolveram alugar o Sobradão da Seresta, na Praça Duque de Caxias, para abrigar o "samba da madrugada", reunindo assim músicos que tocavam em outros lugares, para fazer um "samba mais agregador", de acordo com a definição de mestre Jonas.
Santa Tereza foi escolhida por ter uma tradição ligada à música e à boêmia, além de ser local já frequentado pela maioria dos fundadores do projeto que, em sua formação inicial, tinha a participação de Miguel do Anjos (voz e violão), mestre Jonas (surdo), Mário Moura (voz), Rudnei Carvalho (cavaquinho) e Fred Nego Veio (pandeiro). Após a saída de Miguel, que mudou-se para o Rio, foram incorporados Dé Lucas (voz e violão) e Janaína Moreno (voz e percussão).
A proximidade com o tradicional Restaurante Bolão, referência em Santa Tereza, ajudou na divulgação do projeto. Segundo o garçom Hélio Eustáquio da Silva, 57 anos, há 38 anos trabalhando naquele estabelecimento, muitas pessoasque estavam no Bolão ouviam a música e, por curiosidade, iam conhecer o "samba da madrugada", gostavam e passavam a frequentar. "Com a saída do samba da madrugada a região ficou carente de um evento como este", afirma Hélio.
O projeto deixou Santa Tereza, de acordo com mestre Jonas, em função de problemas com o locador do imóvel. Dessa forma, o "samba da madrugada" se transferiu para a casa de shows Ziriguidum, à Avenida Presidente Carlos Luz, 470, Bairro Caiçara, em janeiro de 2008, mantendo o horário, entre 2h e 6h.
Empresário e proprietário da Ziriguidum, Du Azevedo conta que o "samba da madrugada" tem conquistado cada vez mais adeptos. "Se for olhar a quantidade de pessoas que reqüentam,teria que fechar a porta rapidinho,às 2h30, 3h, pois já não cabe mais ninguém. Temos capacidade para 270 pessoas, mas tem noite que chega a 380 frequentadores", diz. 
A estudante Luiza Morais Magalhães, 19 anos, frequenta o "samba da madrugada" desde a época do Santa Tereza e aprova a mudança de endereço. "Eu gostei da mudança porque lá, em Santa Tereza, começou a ficar muito cheio, muito popular, começou a ficar muito quente e aqui o ambiente é melhor", afirma.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ratos no Bairro João Pinheiro

ADRIANA BENEVENUTO,
3º PERÍODO


Funcionário de um buffet no Bairro João Pinheiro, na Região Noroeste de Belo Horizonte, Daniel Bruno Silva, 27 anos, enfrenta problema com ratos, que proliferam no imóvel alugado. Ele recorreu à administração municipal, mas ainda não obteve êxito. "Eu liguei para a prefeitura e zoonoses. Eles prometeram que viriam dentro de 10 dias para resolver o problema, e já tem um mês isso", alega Daniel. A doméstica Aparecida Martins de Souza, 23 anos, relata que seus patrões também ligaram na zoonose para solucionar o transtorno com os roedores, mas igualmente não tiveram retorno.
A coordenadora de zoonoses dos bairros João Pinheiro e Santa Maria da Região Noroeste, Geane Peroni Brandão, explica que os moradores, ao tomar conhecimento das situações de infestação por roedores, devem ligar para um agente de campo da zoonose, no telefone (31) 3277-7648, para que seja realizada uma primeira vistoria. "Nesta vistoria o ambiente é avaliado e o munícipio é orientado sobre as medidas que ele deve adotar para evitar o acesso e instalação de roedores", diz.
Diante desse impasse, Daniel resolveu agir por conta própria e colocou veneno na casa na tentativa de minimizar a quantidade de ratos. A iniciativa surtiu efeito, mas não por muito tempo. "Para resolver isso, eu tive que comprar chumbinho. Apesar de ser proibido, é o único remédio que é eficiente para matá-los. Eles 'caem' na hora", conta. Entretanto, Geane alerta os moradores e explica que o uso indiscriminado de raticidas pela população se torna a causa mais comum do aumento do número de ratos de uma região. "A aplicação destes raticidas é feita pela população sem adotar medidas que eliminem os locais de abrigo e acesso ao ambiente, além das fontes de água e de alimento destes animais. Assim, a aplicação de raticidas sem uma estratégia adequada de controle acaba eliminando somente uma pequena parcela da colônia e, por um mecanismo biológico inerente aos roedores, há um aumento na reprodução dos mesmos promovendo a  dispersão e o surgimento de outras colônias", salienta.
Também no Bairro João Pinheiro, a dona de casa Iraci Camilo sugere o motivo pelo qual os ratos possam ter aparecido. "A própria população aqui joga lixo na rua, e tem um lixão ali em cima que o povo joga sujeira, tem até sofá e armário. Os ratos devem estar saindo de lá, do acúmulo de lixo", comenta.
O dono de bar Carlos Roberto Medeiros, 47 anos, que trabalha no Bairro Dom Cabral, mas reside no João Pinheiro, conta que tanto em sua casa quanto no bar já encontrou roedores. "Trabalho aqui há apenas um mês, e eu nem coloco remédio, porque eles (os ratos) se escondem e morrem, então depois eu não consigo achar e eles ficam fedendo", alega. "Esses ratos devem vir do lixo que o povo acumula na rua e dos ferros-velhos", sugere.
Daniel também reclama que não adianta apenas ele se preocupar para que os ratos não apareçam, a vizinhança também precisa cumprir o seu papel. "Algumas pessoas são meio hipócritas, reclamam da presença dos ratos, mas mesmo assim continuam a jogar lixo nas ruas, acumulando nas esquinas. Uma pessoa só não dá conta de matar todos os ratos",  esclarece.
Geane conta que a leptospirose é a doença mais comum transmitida por roedores no meio urbano. "A transmissão se dá pela contaminação  de alimentos e água pela urina do roedor contaminado. Em casos de enchentes, onde a população entra em contato direto com água de córregos e rios, é que são registrados os maiores números de casos”, revela.