ADRIANA BENEVENUTO,
3º PERÍODO
Funcionário de um buffet no Bairro João Pinheiro, na Região Noroeste de Belo Horizonte, Daniel Bruno Silva, 27 anos, enfrenta problema com ratos, que proliferam no imóvel alugado. Ele recorreu à administração municipal, mas ainda não obteve êxito. "Eu liguei para a prefeitura e zoonoses. Eles prometeram que viriam dentro de 10 dias para resolver o problema, e já tem um mês isso", alega Daniel. A doméstica Aparecida Martins de Souza, 23 anos, relata que seus patrões também ligaram na zoonose para solucionar o transtorno com os roedores, mas igualmente não tiveram retorno.
A coordenadora de zoonoses dos bairros João Pinheiro e Santa Maria da Região Noroeste, Geane Peroni Brandão, explica que os moradores, ao tomar conhecimento das situações de infestação por roedores, devem ligar para um agente de campo da zoonose, no telefone (31) 3277-7648, para que seja realizada uma primeira vistoria. "Nesta vistoria o ambiente é avaliado e o munícipio é orientado sobre as medidas que ele deve adotar para evitar o acesso e instalação de roedores", diz.
Diante desse impasse, Daniel resolveu agir por conta própria e colocou veneno na casa na tentativa de minimizar a quantidade de ratos. A iniciativa surtiu efeito, mas não por muito tempo. "Para resolver isso, eu tive que comprar chumbinho. Apesar de ser proibido, é o único remédio que é eficiente para matá-los. Eles 'caem' na hora", conta. Entretanto, Geane alerta os moradores e explica que o uso indiscriminado de raticidas pela população se torna a causa mais comum do aumento do número de ratos de uma região. "A aplicação destes raticidas é feita pela população sem adotar medidas que eliminem os locais de abrigo e acesso ao ambiente, além das fontes de água e de alimento destes animais. Assim, a aplicação de raticidas sem uma estratégia adequada de controle acaba eliminando somente uma pequena parcela da colônia e, por um mecanismo biológico inerente aos roedores, há um aumento na reprodução dos mesmos promovendo a dispersão e o surgimento de outras colônias", salienta.
Também no Bairro João Pinheiro, a dona de casa Iraci Camilo sugere o motivo pelo qual os ratos possam ter aparecido. "A própria população aqui joga lixo na rua, e tem um lixão ali em cima que o povo joga sujeira, tem até sofá e armário. Os ratos devem estar saindo de lá, do acúmulo de lixo", comenta.
O dono de bar Carlos Roberto Medeiros, 47 anos, que trabalha no Bairro Dom Cabral, mas reside no João Pinheiro, conta que tanto em sua casa quanto no bar já encontrou roedores. "Trabalho aqui há apenas um mês, e eu nem coloco remédio, porque eles (os ratos) se escondem e morrem, então depois eu não consigo achar e eles ficam fedendo", alega. "Esses ratos devem vir do lixo que o povo acumula na rua e dos ferros-velhos", sugere.
Daniel também reclama que não adianta apenas ele se preocupar para que os ratos não apareçam, a vizinhança também precisa cumprir o seu papel. "Algumas pessoas são meio hipócritas, reclamam da presença dos ratos, mas mesmo assim continuam a jogar lixo nas ruas, acumulando nas esquinas. Uma pessoa só não dá conta de matar todos os ratos", esclarece.
Geane conta que a leptospirose é a doença mais comum transmitida por roedores no meio urbano. "A transmissão se dá pela contaminação de alimentos e água pela urina do roedor contaminado. Em casos de enchentes, onde a população entra em contato direto com água de córregos e rios, é que são registrados os maiores números de casos”, revela.
Oi, Carla,
ResponderExcluirsenti falta de um link falando justamente dos cuidados que a população pode ter para evitar o problema.
Isso seria muito útil no contexto da matéria.
abs,
Daniela
ps. gostei muito do layout do blog :)